segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A verdade, às vezes, recompensa

Você, leitor canastrão, certamente já ouviu alguma piada sobre o marido sincero, que trai a mulher e ela não acredita, ou finge não acreditar. Afinal, quem seria tão idiota de dizer com todas as letras para a patroa que passou a última noite com uma desonesta qualquer? Pois bem, pode parecer cascata, mas a tática funciona.

Após fazer um esquenta num botequim universitário, garotas com ar clerical e passado pra lá de pagão, aportei numa das baladas mais preferidas das garotas de botas: o Villa Country, na Água Branca. Apesar do avançado estado de embriaguez, a festa rendeu a companhia de uma bela mulher de cabelo tingido. Fenótipo louro, com raízes negras. Pouco importa, a bunda era impecável.

A garota rebolava com desenvoltura, gostava de dançar coladinho. Ou melhor, de se esfregar, porque àquela altura eu mal conseguia trocar dois passos sem tropeçar. A bebedeira não deu trégua nem mesmo quando o celular tocou, a patroa do outro lado da linha. Soltei meia dúzia de gracejos que a memória deletou e, minutos depois, retomei minha jornada infiel.

A noite terminou mal. Um número de celular no guardanapo rabiscado numa caligrafia ininteligível. A garota pediu para marcamos algo para depois, já era tarde e... bla-bla-blá com Whiskas Sachê. Peço refúgio na casa de um amigo da faculdade, que não se importa de emprestar o sofá. Acordo na manhã do dia seguinte.

- Você ligou bêbado pra sua mulher ontem?

- Não. Ela que me ligou (certifico-me, ao conferir o histórico de chamadas no meu iPhone made in China).
- Ela está puta com você. Disse que você tava tão bêbado que admitiu estar pegando duas desonestas na balada.

- Duas não, era uma só.
- Então era verdade? Ela pensou que era cascata sua...

Miseravelmente, era verdade. Acabei não indo para as vias de fato porque ela incorporou a Madre Tereza de Calcutá de última hora. Mas deixou o telefone com promessas diabólicas a quatro paredes. A patroa, por sorte, perdoou a jornada etílica e a “piada de mau gosto” que tinha nome, sobrenome e um apartamento conjugado na Pompéia, pronto para o próximo fim de semana.

Moral da história: A verdade, às vezes, recompensa. Sobretudo quando o que você fala seria sinceridade demais para ser real. Espero ter ajudado!

Abs,

Crow

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